terça-feira, 19 de janeiro de 2010

À procura

E quando eu erro, me enxergo.
Quando me enxergo me perco.
Quando me perco, tenho certeza que achar é raro.

A procura não cessa jamais.
A fome que eu sinto me pede mais e mais.

Não faz sentido nenhum, olhar no espelho por mais três décadas.
Se não for possível perceber o que há além das pupilas.

Quando erro, me escondo.
Quando me escondo, me acho.
Atrás da árvore, debaixo da mesa.

Lá, pequena...
...e com medo de sair à procura.

sábado, 2 de janeiro de 2010

São dois depois

Ouço melodias e palavras soltas.
Canto sem som nem nexo.
Viajo num mundo de peleias tontas.
Tento entender o que não tem sexo.

Assim, de grão em grão, me crio.
Construindo com cor de pé-de-moleque.
Saboreando a vida por um fio.
Constatando que não há estepe.

Vou esperando o depois.
Tudo que vier com os dias que não sei.
Aquilo que não vi e são dois.
Ou assim pensei.