terça-feira, 28 de setembro de 2010

7

Não lembro do primeiro beijo.
Não sei como foi que me levou.
Não lembro do primeiro abraço.
Não sei o que me arrebatou.

Sei bem como foi o segundo e como ele me causou.
Foi devagar como a brisa macia.
Com a qual ele passou.

Do terceiro, quarto e quinto já nem sei o que falar.
Foram tão graciosos que nem parei para contar.
O sexto foi gostoso como o aconchego do lar.

Mas eu quero mesmo é falar do sétimo.
Depois do susto, do vento e da maré alta.
Hoje vivo um forte amor que só faz aumentar.


Feliz 7!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

ANSIOSO TEMPORAL


Foi assim, como choque.
Foi de canto, como seu toque.
E apareceu a voz da tempestade.

As águas levaram tudo.
As mágoas deixaram pouco.
E eu não soube o que temer.
Só sei que temi.

Só posso tentar temer o que não se pode evitar.
Fazer valer o que está aqui, ao meu lado.

Correr contra os pingos da chuva.
Espalhar-me por milhares de letras.

Algo há de fazer dessa busca, um doce caminho.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

À procura

E quando eu erro, me enxergo.
Quando me enxergo me perco.
Quando me perco, tenho certeza que achar é raro.

A procura não cessa jamais.
A fome que eu sinto me pede mais e mais.

Não faz sentido nenhum, olhar no espelho por mais três décadas.
Se não for possível perceber o que há além das pupilas.

Quando erro, me escondo.
Quando me escondo, me acho.
Atrás da árvore, debaixo da mesa.

Lá, pequena...
...e com medo de sair à procura.

sábado, 2 de janeiro de 2010

São dois depois

Ouço melodias e palavras soltas.
Canto sem som nem nexo.
Viajo num mundo de peleias tontas.
Tento entender o que não tem sexo.

Assim, de grão em grão, me crio.
Construindo com cor de pé-de-moleque.
Saboreando a vida por um fio.
Constatando que não há estepe.

Vou esperando o depois.
Tudo que vier com os dias que não sei.
Aquilo que não vi e são dois.
Ou assim pensei.