quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Sem saber o que

O que te consome?
O que você consome?
Do que tem fome?

Eu tenho de saber o porquê.
Eu tenho ganas de viver de um que.
Pânico! Alerta! Corra Lola!

O Porquê? Não sei de que.
Talvez um que de "quero mais".
Um toque de vou atrás.
De que?

Que porra essa que intriga.
Vertigem que envolve.
Querendo ou não.

Vai que seja essa a questão.
Querer ou não querer?
Que tão em vão.

Que te faz questionar com mais veemência?
Que te faz quente com mais frequência?

Que tanta pergunta!
Foi sem querer querendo.

Que seja...

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O todo brigou com a parte

Disseram-me que a parte é só uma parte.
Que o todo é maior e sempre.
Que eu sou o todo e muitas.
Que as partes todas são eu nas muitas.

Múltiplas faces.
Doces facetas.
Tudo junto reunido buscando o resto.

A parte busca o todo e o todo tenta controlar a parte.
Ora fazem amor, ora fazem drama.
Tem horas que se fundem, tem horas que um se esconde.

O todo mandou dizer para parte calar a boca.
Ela se calou, mas volta logo.
Aos pouquinhos vem, de micro parte em micro parte.
Fazer parte de mais uma história que o todo terá para contar.

Eu parto do princípio que a parte é menor que o todo...
mas toda vez que que se fala na parte, tudo faz um sentido total.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Por favor

Às vezes, me falta voz.
Momentos são maiores.
Opinião feroz.

Me falta chão.
Me enche em vão.
Me traz de volta.
E eu vou.

Não faz sentido.
Me envolve inteira.
Me faz sentir.
E eu fico.

Me faz esquecer o que ouvi!
Me faz esquecer o que li!
Me faz ignorar o que vejo!
Me faz melhor!
Antes que minha voz se cale pra sempre.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

No se.

Porque parei? Parei por que?
No se.

Depois de um tempo vagando entre a noção e a sensação de tê-la perdido, parece que finalmente me encontro tentando voar sem asas capengas. No meu ritmo, com a alma sedenta e cansada, me abro pro mundo com medo, sem medo, com e sem tudo que tenho direito. Bem-vindos ao pior e melhor de mim!

terça-feira, 30 de junho de 2009

POÇO ANTROPOFÁGICO

VIREI EU UM POÇO.
ME TRANSFORMEI EM BURACO ÚMIDO E DENSO.
NEGRO? NEM SEMPRE.
AI COMO É BOM SENTIR!
ANOS EM COMA.
DESPERTO.
EX-SONÂMBULA DE UM AGITO CONSTANTE.
SUOR FRIO QUE DESCIA A NUCA E ENRIJECIA OS MÚSCULOS.
AGORA ARREPIADA DE PRAZER A CADA PASSO.
DERRETIDA.
VIRADA DO AVESSO, DEITADA NA GRAMA, TOMANDO BANHO DE SENSAÇÕES.
VICIADA NAS EXPERIMENTAÇÕES.
RINDO PRO OUTRO.
RINDO PRA MIM
MEDO?
DE TEMER DEMAIS.
CONVICTA QUE QUERO NÃO QUERER.
ANTROPOFAGIA PURA!
FOME…MUITA FOME.
PAGODE COM SUSHI,
PRETO COM PRESUNTO POP ARTE,
AMOR TROPICÁLIA COM MELISSA SALMÃO…
PROMOÇÃO DE PERSIANAS COM CARNE SECA,
SEXO COM PIMENTA DE CHEIRO…
E ESSA É SÓ A ENTRADA...
DE UM ENORME BANQUETE QUE ME ESPERA.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

IDENTIDADE ___________________

Eu sei que não sei bem como se faz para chegar lá.
Tenho mais do que certeza que nem sei bem onde quero que lá seja.

Se medir demais as minhas palavras, viro uma planta morta no vaso bonito.
Acho que prefiro ser uma planta viva no vaso quebrado.
Quem sabe assim?

Vou aos poucos recolhendo os caquinhos.
Afungentando a dor das cicatrizes de onde outrora saía sangue.

Cria-se um mosaico.
Um retrato de mim mesma.
Frágil, novo...mas maravilhosamente concreto.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Lá vou eu




Eu vou pra perto do futuro.
Eu vou pra dentro do presente e longe do passado.
Eu quero me entupir do meu vício de me achar Leila Diniz.
Eu quero entrar no hospício de viver como sempre quis.

Como não iria querer viver de aventura?
Como não iria me despir de mim?

Dá medo ser assim.
Me arrepia a espinha pensar em me conhecer bem mais do que sou.
Me dói deixar pra trás aqueles que não são parte do que sou.

Eu queria que fosse mais simples.
Quisera eu não ser essa "cama-de-gato".
Um enigma trançado a dedo com fórmulas nunca dantes desvendadas.

Eu sei que alguém guarda a chave do cofre que guarda a minha senha.
Eu sei que guarda.
Eu espero o dia que eu me conheça o bastante pra deixar que me desprogramem de mim mesma.